Só de ouvir a palavra calazar, quem tem animal de estimação já fica preocupado.
Hoje, o percurso oficial após o diagnóstico é a eutanásia do cão.
No entanto, a busca por tratamento vem se tornando mais comum
Só quem possui um animal de estimação sabe o amor que sente e o que faria para mantê-lo perto, saudável e feliz.
Aos que, de fora, assistem essa relação que se estreita ao longo dos anos, resta tentar imaginar.
E é por causa dessa devoção que muitos destinam aos seus animais, que a palavra calazar possui um peso tão grande.
Da maneira como é encarada atualmente pelos órgãos sanitários e de saúde pública, a doença é uma sentença de morte para o cão.
Atualmente, a partir do momento que o calazar é diagnosticado, a orientação é encaminhar o animal para a eutanásia, seja no Centro de Zoonoses da Capital, seja em clínicas particulares.
Através de um processo químico, que deve ser feito com anestesia, o cão não retorna mais à casa do seu dono, sendo sacrificado.
Em Fortaleza, foram registrados 5.025 casos de calazar em cães, como é popularmente conhecida a leishmaniose visceral, pelo Centro de Zoonoses.
O número assusta, mas deve ser bem maior, conforme opina a veterinária Fabiana Fernandes.
Segundo ela, os casos de calazar que chegam às clínicas não passam por um processo de notificação, o que pode resultar em um total que seja o dobro do atual.
O veterinário do Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza, Sérgio Franco, admite que a doença é de notificação compulsória, mas não existe a obrigação de notificar.
“Deveria haver um pouco mais de fiscalização em relação a isso, mas não existe, até mesmo porque não existem meios de realizar essa notificação”.
Segundo ele, os casos caninos não vêm aumentando nos últimos anos, mas têm se mantido em um patamar alto.
POLÊMICA
Enquanto a recomendação oficial é sacrificar os animais infectados pela leishmaniose visceral, a vontade e atitude de muitos dos que possuem bichos de estimação é outra.
Assim, a procura dos proprietários por possibilidades de tratamento para os cães abre uma questão polêmica, que envolve órgãos de saúde, veterinários e os donos de animais de estimação.
Muitos dos que se negam a entregar o cão para a eutanásia buscam opções de tratamento com o auxílio das informações obtidas por meio da Internet e contam com a retaguarda de médicos veterinários.
Mesmo sendo algo “por baixo dos panos” do discurso oficial, não é tarefa difícil achar quem ofereça tratamento como uma saída possível para os cães que possuem donos dispostos a encarar um processo longo e ininterrupto.
A questão é controversa e possui versões inflamadas, seja pela paixão e certeza da possibilidade de tratamento, seja pela indicação de que não optar pela eutanásia é um ato irresponsável e arriscado para a saúde coletiva.
Ao escolher um caminho ou outro, a busca por informação é primordial.
É por esse motivo, que o Ciência & Saúde desta semana adentra no cenário do calazar, na polêmica sobre tratamento e na necessidade essencial da prevenção, possível de evitar um diagnóstico tão sofrido.
59,8% dos cães com calazar foram eutanasiados pelo Centro de Controle de Zoonoses em 2011
98% de proteção
É o índice da vacina durante um ano no cão.
A vacinação tem de ser anual
ENTENDA A NOTÍCIA
A orientação ao ter um cão com calazar é a eutanásia, por causa do risco de transmissão da doença.
Em Fortaleza, foram mais de 5 mil casos notificados em 2011.
Muitos recusam o método e buscam possibilidades de tratamento.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2012/06/09/noticiasjornalcienciaesaude,2854704/entre-o-amor-e-a-dor-causada-pleo-calazar.shtml
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